segunda-feira, 9 de maio de 2011

A serpente enganou-me... e eu comi!


Passei tanto tempo querendo provar dessa fruta. Imaginando o prazer que ela me daria. Como ela me faria ser aquilo que sempre sonhei.
Planejei toda a minha vida em torno desse alimento, pois só de imaginar o seu gosto, sabia que era isso o que me traria uma ilusão de completude.
Passava horas transformando minha realidade no futuro que eu tinha como certo. E tudo se encaixava...
O gosto que esperava sentir era semelhante ao de pitanga. Daquelas que eu e minha irmã tirávamos do pé que havia na casa da nossa avó, que também era nossa casa... Não, naquele tempo as pessoas mentiam para mim! Minha casa estava me esperando em outra cidade. Mas não adianta falar sobre isso agora, já que também a deixei para trás...
Tudo ficou para trás, hoje são objetos mortos, enterrados por minha péssima memória. Hoje em dia, quando tomo um suco de pitanga, não sinto mais aquele gosto. Não tem graça alguma. Atualmente eu ando preferindo graviola.
Passei tanto tempo fantasiando e esperando para sentir o gosto daquela fruta...
Mas quando finalmente pude colocá-la na boca, só senti gosto de plástico!

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